A primeira missão solidária do JM

Uma das razões pelas quais decidi começar este blogue foi para registar pequenos momentos da vida dos meus filhos que de outra forma pderiam cair no esquecimento. Um desses momentos aconteceu há poucos dias. A FENACERCI tinha visitado a escola do JM. Instalaram uma banquinha para a venda dos pirilampos mágicos e foram falar a cada uma das salas sobre a importância da recolha das tampas de plástico das garrafas de água e dos iogurtes líquidos.

O JM chegou a casa comprometido com a sua primeira missão solidária. «Sabe pai? É que as tampas vão para uns senhores que têm uma máquinha muito grande e eles esmagam as tampas e, depois, fazem cadeiras com rodinhas...» Eu, para dar sequência À conversa, retorqui «Mas porquê? Os meninos que foram à escolinha estavam doentes?». Ele: «Não! Mas precisam de rodinhas para andar.»

Ao que apurei mais tarde, os responsáveis da FENACERCI fizeram-se acompanhar por jovens, uns com deficiência física, outros com atraso mental. Segundo a visão do JM, não havia problema algum com aquelas pessoas em cadeiras de rodas ou com fala trôpega. Apenas «precisavam de rodinhas para andar». Uma pequena dificuldade que, depois ultrapassada, permitiria que seguissem com as suas vidas. Vidas em tudo iguais à dele, felizes a brincar nas suas escolinhas que ele não conhece mas imagina serem iguais à dele, felizes a chegarem a casa para abraçar os repectivos 'manos' e por aí fora. Ainda que saiba que não é bem assim e que nada é tão cor-de-rosa, esta visão descomplicada das crianças purifica-me a alma.

Posto isto, começámos a guardar das tampas de plástico dentro de um frasco vazio de café também ele de plástico. Como ele não serve de inspiração a ninguém, deixo-vos o ponto de recolha aqui do serviço de cirurgia pediátrica e pediatria do Hospital de Braga. É que desse lado, podem e devem fazer o mesmo. Se não sabem onde entregar as tampas, contactem a FENACERCI que eles dizem-vos qual a campanha de recolha mais perto.


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