Porque o pai quer: Jazz faduncho

Recentemente, fui surpreendido por dois projectos musicais que muito me agradam. Ambos vêm do universo do jazz, ambos são portugueses e ambos assumem a influência do fado na sua música. O primeiro, é para mim o mais disruptivo. O novo trio do Mário Laginha é composto pelo próprio no piano, pelo Bernardo Moreira no contra-baixo e pelo Miguel Amaral na guitarra portuguesa. Sim, leram bem, é um trio de jazz com guitarra portuguesa. Mas não uma qualquer guitarra portuguesa. É a guitarra portuguesa do Miguel Amaral. Eu sou suspeito porque sou amigo do Miguel, mas uma insuspeita fadista disse-me uma vez que ele seria o nosso próximo Carlos Paredes. Não no estilo, porque o Miguel tem uma forma de tocar muito própria, mas na criatividade, no imprevisto, na grandeza. Ouçam e vejam se não tenho razão.


O segundo projecto é do pianista Júlio Resende. Ele editou um álbum onde reinterpreta temas de Amália Rodrigues em versão jazz. Teve mesmo a ousadia de fazer um dueto póstumo com este ícone do fado. E ainda bem.

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