Certo é que a ideia de que o "jeito" para os números é inato e ou se tem ou não se tem é categoricamente contraditada pelos técnicos da OCDE que desenvolvem os estudos PISA, nos quais Portugal participa desde 2003 e que constituem uma avaliação dos estudantes de 15 anos em leitura, ciências e matemática. Entre o primeiro ano de participação e 2012 os estudantes portugueses evidenciaram uma evolução enaltecida pelos relatórios PISA, e na qual a matemática ostenta a melhor pontuação, alinhando o País com a média da OCDE, acima de países como os EUA, a Itália, Espanha e Suécia. Especialmente relevante é que a melhoria se tenha verificado tantos nos melhores alunos como nos piores, e que, quando se ajusta o resultado à condição socioeconómica dos alunos, Portugal passe para os lugares cimeiros da OCDE, ficando em quinto. O que poderá ter contribuído para tal feito não é evidente, num país cujo investimento agregado nos estudantes entre seis e 15 anos é muito inferior ao da média da OCDE e na Europa só suplanta o dos países do antigo bloco de Leste e da Turquia. "Os resultados não decorrem de uma relação direta com a riqueza das nações mas muito mais da crença dos estudantes na importância da autoconfiança, persistência e esforço", estatui o relatório do PISA 2012, que ainda assim frisa o carácter "fortemente reprodutivo" do investimento no ensino da matemática, cuja proficiência está associada a resultados positivos na vida adulta.Apesar da jornalista achar que «o que poderá ter contribuído para tal feito não é evidente», eu arriscaria em dizer que esta melhoria se deve ao esforço dos professores e, na medida em que estes puxam pela participação dos encarregados de educação, das próprias famílias. Estão de Parabéns ambos, mas principalmente aos primeiros. A importância da matemática para o sucesso na vida, das pessoas e dos países, está mais que estudada e comprovada. Com estes resultados, só temos que ficar felizes e entrar no novo ano com um sorriso nos lábios. Porque há esperança no futuro!
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