Como prometido, apresento-vos mais um conjunto de quistos congénitos que aparecem aos olhos dos pais como mais «um caroço no pescoço». Os quistos branquiais fazem parte de um conjunto de malformações (fístulas, sinus ou quistos) derivadas dos arcos branquiais. O quê? Os arcos branquiais são porções do que virá a ser a face e o pescoço quando o feto é ainda um 'girino' (termo não técnico). Quando elas se fundem para formar a carinha do bebé, podem deixar vestígios celulares onde não devem ou trajectos por fundir.
[fonte: answersingenesis.org]
As fistulas são trajectos anómalos entre as estruturas internas (geralmente a faringe) e a pele, manifestando-se como um orifício na pele, por onde pode sair serosidade ou pús. Os sinus são trajectos incompletos, isto é, são orifícios na pele que não comunicam até às estruturas mais profundas (fundo cego). Os quistos são tumefacções (isto, é papinhos) constituídos por células derivadas dos arcos branquiais, podendo ter (ou não) comunicação com fístulas ou sinus.
[fonte: pediatricsurgerymd.org]
Qualquer uma das formas de apresentação pode causar desconforto e/ou dor à criança. Para além disso, podem ser fonte de infecção levando à inflamação local, à saída de pús e eventualmente febre. Se não forem tratadas, estas patologias poderão agravar com a passagem do tempo, pelo que devem ser orientadas assim que houver um diagnóstico. A excisão (retirada) da lesão permite tratar e chegar a um diagnóstico definitivo. Só uma excisão completa permite a cura definitiva.
É apanágio da Cirurgia Pediátrica ter uma preocupação com o as cicatrizes que deixa, pois elas são para a vida toda. No pescoço, se a incisão for feita ao longo das pregas naturais da pele, a cicatriz fica sem tensão, o que facilita a cicatrização e o resultado estético (quase imperceptível).Etiquetas: branquial, cirurgia, fístula, quisto, sinus